segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Reverberar!!!!

 O tempo passa. E neste ano de pandemia passou de uma forma estranha, atípica! A rotina mudou muito e fizemos coisas novas e algumas coisas deixamos de lado, esperando o futuro normal que está difícil de chegar. 

Parei de escrever. Não que eu não tenha pensado em muitos temas, mas... não separei tempo para isso. Amo pensar, mas nem sempre transformo em registro de pensamento.

Mas, agora estou aqui e quero me dedicar a isso, mais vezes, já que a pandemia não passou e, quem sabe quando tudo voltará ao normal. Tomaram que tudo isso de “COVID 19” tenha deixado um saldo positivo no comportamento humano. 

Então, vamos ao que me fez voltar aqui:

Reverberar

Assistindo um filme sobre Jesus, (Madalena na Netflix), veio à minha mente um discernimento sobre os atos de milagre, que nunca havia pensado. 

Jesus cura a sogra de Pedro e, no filme, ele ainda sentia-se ressabiado em relação à pessoa de Cristo. 

Mas, ao ver a sogra curada, ele se constrangeu e seu coração se quebrantou...

Sua feição se transformou e mostrou-se aberto a Jesus. Foi essa a intenção do filme: a transformação de Pedro ao ver a ação milagrosa e o amor de Jesus. 

E isto me fez pensar em cada milagre de Jesus, cada pessoa que fora curada e o efeito que repercutiu em seus parentes e amigos.

Na minha compreensão, todos os atos de Jesus eram para atingir mais pessoas, serviria para reverberar, ecoar como se fosse um “Som de Amor” que alcançasse muitas almas. Eu creio aqui Ele sabia e sentia isso. 

Achei estranho escrever ‘reverberar’ e fui consultar um dicionário, completou minha ideia: refletir luz ou calor, repercutir; “os metais polidos reverberavam os raios solares”. Repercutir (ondas sonoras) - um eco, emitir brilho, resplandecer, luzir. 

Os seus atos de misericórdia reverberavam, refletiam a sua luz que iluminava a muitos que viviam num jugo de domínio e medo. E o calor do seu amor de seu amor aquecia e quebrantava muitos corações. 

Que até hoje, neste ambiente de domínio e medo (uma realidade bem diferente), a luz e os  atos de amor de Jesus reverberem em nossas vidas, e que nossos atos também repercutam e aqueçam muitos corações!!



terça-feira, 2 de abril de 2019

Amor em prática

No mês de Março de 2019 completou um ano que não escrevo neste blog. Mas, senti vontade de escrever novamente.
Neste último domingo ouvi, mais uma vez, sobre a parábola do Filho Perdido ou Filho Pródigo e fiquei pensando: Que Amor é este?
O filho mais novo saiu para viver sua vida, com a herança que tinha direito. Foi... Regalou-se, fez tudo o que tinha vontade. Saiu de sua vidinha normal, chata e sem atrativos. Mas o dinheiro acabou e ele tinha que continuar com sua vida... Aí ele teve que sobreviver no "mundão lá fora”, sozinho e sem recursos. Desceu até o mais humilde estágio e foi cuidar de porcos, mas não tinha direito nem de comer a comida dos porcos!! 
Foi quando ele lembrou que teve uma casa , um abrigo junto com seu pai. O lugar que lhe daria segurança, um lugar para voltar todos os dias, seu quarto, suas coisas...
Pensou em voltar e pedir ao pai para aceitá-lo de volta,  não como filho, pois não merecia, mas como empregado, porque mesmo assim, seria muito bom!!
Ele voltou e seu pai correu ao seu encontro, "cheio de compaixão”e o abraçou e beijou, não importando nada! Mal cheiroso, sujo, mas arrependido...
Mas o que importava ao pai é que seu filho voltou! Só isso! “Estava morto e voltou à vida! Estava perdido e foi achado!"
Pondo em prática todo seu amor de pai, preparou uma festa para aquele filho que tinha desprezado seu afeto e tudo o que ele lhe foi oferecido desde que nasceu.
E seu irmão? Figura importante na história! O filho obediente, fiel, que nunca abandonou seu pai! 
Ele não aceitou todo aquele alvoroço motivado pelo regresso de seu irmão perdido. Seu sentimento era somente de ira, ciúmes e inveja.Seu irmão não merecia tudo aquilo! Em nenhum momento se alegrou pela volta do irmão! Mas ele estava certo! Certíssimo! Fez tudo direitinho, sempre!
  "E nem um cabrito ganhou do pai para festejar com seus amigos".
Aí é que entra o Amor! Amor de verdade! Amor misericordioso de DEUS, que não conseguimos entender e sequer praticar! 
No nosso entender e no entender do irmão não era justo! E não era mesmo! Mas... mesmo assim aquele pai amou seu filho, sempre! 
Isto foi como Jesus explicou, de maneira simples, o que é o Amor de DEUS.
Amor em prática!!!

sábado, 17 de março de 2018

DEUS responde às nossas dúvidas??

Este texto que vou transcrever de um devocional diário responde a uma dúvida minha,  que carrego por um bom tempo, e agora aguçou mais por estar estudando a carta de Paulo aos Romanos.        Temos algum mérito para recebermos o amor de DEUS?
Vamos ver como recebi esta resposta:
"Girassóis"
"Certo dia vi numa viagem uma plantação de girassóis às margens da estrada. Foi muito linda a visão daquelas grandes e chamativas flores amarelas . Passei pelos girassóis logo pela manhã e observei que todas aquelas flores tinham suas "faces"voltadas para o sol nascente que surgia no horizonte. Tive a impressão de ver uma formação militar de flores, todas perfiladas e olhando para o sol assim como soldados que olham para uma autoridade. Pensei comigo: o que faria com que todas aquelas flores se voltassem para uma mesma direção? Que força de atração misteriosa haveria? Estaria essa força no sol ou naquela flores? Não obtive respostas, pois estava só e nada entendo de girassóis ou de forças atrativas que atuem neles.
Meu pensamento voou então  para nosso relacionamento  com DEUS. Quem é filho de DEUS sempre volta sua face para Ele. Então surge a mesma pergunta: que força leva a isso? Será que parte dessa força estaria em nós? Que méritos temos em ter nossa atenção voltada para o Sol Nascente que veio para brilhar sobre aqueles que estão vivendo nas trevas e na sombra da morte? Neste caso nós temos a resposta, pois afinal não estamos sozinhos: basta ouvir a voz de DEUS na Bíblia!
Essa força misteriosa que nos leva a olhar para DEUS é o amor. Ele afirmou: "Com amor eterno eu te amei; por isso com benignidade te atraí”(Jr.31.3). Em nós não existe mérito nenhum  para essa atração, pois estávamos mortos em nossas transgressões e pecados e Ele nos deu vida (Ef 2.1,5).
Nada nos capacita a olhar para o Pai - foi necessário que Cristo removesse com seu sangue tudo aquilo que nos separava de DEUS.
A força que nos atrai ao DEUS eterno é o amor dele para conosco. Você sabia disso? Afinal, DEUS amou e ama o mundo com tal intensidade que nos deu seu Filho Único, para que todo o que nele vier a crer não morra, mas tenha a vida eterna. DEUS é amor!  EDG - (Presente Diário)


terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Preconceito por um Bioma?!? Pois é.... Existe!!

As principais características da Caatinga – único bioma exclusivamente brasileiro:

caatinga, palavra originária do tupi-guarani, que significa “mata branca”, é o único sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui extensão territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional.Possui extensão territorial de 734.478 km², correspondendo a cerca de 10% do território nacional.  Ela está presente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.
As temperaturas médias anuais são elevadas, oscilam entre 25°C e 29°C. O clima é semiárido; e o solo, raso e pedregoso, é composto por vários tipos diferentes de rochas.
A ação do homem já alterou 80% da cobertura original da caatinga, que atualmente tem menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação, que não permitem a exploração de recursos naturais.
As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo de maneira direta na vida de uma população de, aproximadamente, 25 milhões de habitantes.
As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é muito rápido, surgem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. 
"Trata-se do bioma brasileiro mais estigmatizado, sobre o qual se tem mais preconceito.
Por uma compreensão equivocada, durante séculos foi criada no imaginário nacional a ideia de uma região seca, miserável, de gente vivendo à míngua e gado morrendo de fome e sede. Com as longas secas, vinham as grandes migrações, além de intensa mortalidade infantil. essa tragédia social, cantada nas músicas, na literatura, na pintura, ainda hoje predomina no imaginário de amplas parcelas da população brasileira.
Entretanto... o bioma Caatinga desenvolveu imensa e inteligente capacidade de reproduzir milhares de espécies de vida vegetal e animal muito bem adaptadas ao ambiente e ao clima.
A Caatinga, nos tempos sem chuva, adormece, hiberna, despertando somente nas próximas chuvas.
Hoje, com o paradigma da "convivência com o semiárido, foi construído mais de 1 milhão de cisternas de captação da água de chuva e realizaram-se 200 mil obras com tecnologias para guardar a água de chuva para a produção, além de ter sido desenvolvida uma agroecologia apropriada para esse ambiente.
Então, a vida mudou para melhor, e muito! Com inteligência, a vida é farta também na Caatinga" 
Texto de Roberto Malvezzi (Gogó) - Assessor da CF/2017

Achei muito interessante esta informação sobre a Caatinga, porque, realmente o que ficou gravado em nossas mentes, através de músicas, literatura e pinturas e também pela mídia sobre o Nordeste foi uma região infértil, seca e muito pobre.
e também despertou-me a curiosidade de conhecer, pesquisar e amar este sertão que é tão nosso! Tão exclusivamente brasileiro!! 
A princípio achei estranho este tema para a CF/2017, mas tem tudo a ver porque o lema é "Cultivar e Guardar a Criação".
Vamos deletar este preconceito e conhecer este chão que no seu período de seca...
"adormece, hiberna e guarda no seu interior as sementinhas para despertar com as benditas águas que vêm do céu!
 A Natureza e sua resiliência!!

Um bom ensinamento para nossas vidas!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Dignity- O que é Dignidade?

"Ó  DEUS, que admiravelmente criastes o ser humano e, mais admiravelmente, restabelecestes a sua dignidade, dai-nos participar da divindade de Vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade..."

Li esta oração no Semanário Litúrgico-Catequético da Igreja Católica, do dia 25/12/2016, dia de Natal, e esta frase ficou na minha mente:
"restabeleceste a sua dignidade..."
Primeiro pergunto: O que é ser digno? O que é ter dignidade?
" O princípio da dignidade da pessoa humana é um valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito. Ganhou a sua formulação clássica por Immanuel Kant, na "Fundamentação da Metafísica dos Costumes" de 1785, que defendia que as pessoas deveriam ser tratadas como um fim em si mesmo, e não como um meio (objeto) e assim formulou tal princípio:
"No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência, compreende uma dignidade."
Ser digno é ser respeitado e valorizado.
O valor messiânico da vida de Jesus foi, efetivamente, restaurar a dignidade do ser humano, tratando as pessoas  como "um fim em si mesmo". Quando "se dignou assumir a nossa humanidade", seu primeiro ato público foi evidenciar a dignidade de homens simples, rudes e até desprezados pela sociedade judaica.
Ao entrar na casa de um chefe dos publicanos, que supervisionava a coleta de impostos romanos, Jesus, com sua atitude amiga, deu a este homem a oportunidade de recuperar sua verdadeira dignidade, ao compreender que sua riqueza ilícita, não o tornava digno. Pois seu patrimônio foi construído a partir de recursos dos pobres, tirados dos impostos que ele arrecadava.
E mais: tornou-se digno a partir do momento em que tomou atitudes para mudar esta situação.
Jesus restaurou a dignidade de uma mulher adúltera, enfrentando e questionando os homens que queriam apedrejá-la. A frase que devolveu a esta mulher a sua honra foi: "Vá e não peques mais".
Ao discípulo que o negou três vezes, ele posteriormente perguntou, três vezes também:
 "Pedro, tu me amas?
Que atitude digna!!
Ao fazer seus milagres de cura, não somente devolvia a saúde, mas restaurava o ser humano, "como um fim em si mesmo", sem querer nada em troca.
Até nos últimos momentos de sua vida terrena, devolveu a dignidade ao ladrão na cruz, ignorando sua vida indigna, perdoando seus erros. E aos seus algozes, pediu perdão a DEUS, pois eles, realmente, não sabiam o que estavam fazendo.
E até hoje Jesus é o único, que com seu sacrifício expiatório na cruz, continua restaurando a dignidade humana de quem entrega a sua vida aos Seus cuidados.
Continua oferecendo a qualquer ser humano, sejam adúlteros, políticos corruptos, seguidores covardes, pessoas fracas, doentes, ladrões, a oportunidade de restauração e vida digna.
Por que os seguidores não o abandonaram? Porque sabiam que só Jesus realmente os valorizava, respeitando-os e dignificando-os com Seu Amor.
Temos muito ainda o que aprender com este Homem, Jesus!!

Otimista ou Ranzinza - Ser ou não ser??

Fonte: super.abril.com.br

ESTUDO DIZ QUE PESSOAS OTIMISTAS VIVEM MAIS

Otimismo pode evitar infecções, AVC, câncer, doenças cardíacas...

O estudo foi feito com 70 mil mulheres. E mostrou que as mais positivas tinham uma probabilidade 30% menor de morrer. Achar que as coisas vão dar certo pode fazer com que você viva mais - especialmente se você for mulher.
Uma pesquisa da Escola de Saúde Pública T. Chan, de Harvard, mostrou que quem tem uma atitude positiva diante da vida corre menos risco de morrer de câncer, doenças cardíacas, AVCs, doenças respiratórias e infecções. 
A pesquisa, muito consistente, analisou um período de oito anos na vida de 70 mil mulheres - e a cada dois anos, colhia dados das voluntárias, como pressão arterial e o nível de atividade física. As participantes foram divididas de acordo com a sua propensão para o otimismo. As 25% mais otimistas entre elas tinham 16% menos chance de desenvolver um câncer, 38% risco menor de morrer de males do coração, 39% chance menor de ter doenças respiratórias e 52% risco menor de morrer de uma infecção. Comparado com o grupo mais ranzinza, as otimistas tinham 30% menor de morrer no período de 8 anos estudado. 
"A maior parte dos esforços de saúde pública tenta reduzir os fatores de risco para doenças. Mas a nossa descoberta mostra que deveríamos nos esforçar em aumentar o otimismo,  que está associado a hábitos mais saudáveis e a maneiras mais ajustadas de lidar com os desafios da vida" declarou o autor do estudo, Eric Kim.
 Os pesquisadores acreditam que, além de incentivar hábitos saudáveis, o otimismo também tenha alguma influência sobre o sistema imunológico dos pacientes. Eles ressaltam também que pequenas atitudes são suficientes para aumentar a positividade diante da vida.
"Coisas simples, como pedir para  que as pessoas escrevam as melhores coisas que poderão acontecer em suas vidas, suas carreiras e suas amizades já são capazes de alterar os níveis de otimismo", disse a co-autora do estudo Kaitlin Hagan.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

VELHICE ÓTIMA - É POSSÍVEL??

Mesmo antes de chegar na terceira idade sempre me interessei por este assunto e observava bastante o comportamento dos "mais velhos".
Agora que estou em plena "terceira idade" com quase 65 anos, comecei a fazer leituras específicas sobre este último estágio da vida.
Antes de transcrever textos que tenho pesquisado quero expressar como me sinto convivendo com toda esta rica experiência de 64 anos vividos e bem vivenciados!
(Vivenciado -Viver determinado momento de modo que o mesmo tenha um significado profundo).
Sinto-me jovem, não fisicamente, mas mentalmente, porque tenho vontade de viver de maneira intensa, sempre querendo conhecer coisas novas, lugares diferentes. Gosto muito de ler, fazer atividades físicas, artes manuais. Tenho interesse no aprendizado constante e sempre digo que queria ser "três em uma" para poder realizar tantas coisas que tenho vontade! Isto são sintomas de velhice? Não!
Os textos que vou redigir são extraídos de uma coleção "A Terceira Idade" do Sesc que contém vários artigos sobre a valorização da pessoa idosa e vieram bem de encontro com as minhas ideias e concepções sobre este assunto.

"Existem  pessoas que têm mais de 70 anos, aparência e vitalidade de 50 e vice-versa. Dependendo da época em que viveram sua infância e juventude, de seu estilo de vida, educação e maneira peculiar como estruturaram seu curso de vida, diferentes pessoas envelhecem de maneiras diferentes.
Outra noção importante é que a velhice não é um período caracterizado só por perdas e limitações. Embora aumente a probabilidade de doenças e limitações biológicas, é possível manter e aprimorar a funcionalidade nas áreas física, cognitiva e afetiva.
Dominar o segredo da arte de viver, julgar com precisão, aconselhar em decisões que envolvem as incertezas da vida é algo que está reservado especificamente aos idosos (muito embora a idade em si própria não garanta o alcance de altos níveis de sabedoria por todos os indivíduos).
A idade do início da velhice é uma questão que não comporta um critério único e invariável, no tempo ou entre culturas. Além disso, a antropologia do envelhecimento tem chamado a atenção para o fato de a sociedade de consumo promover um mascaramento dos limites etários, uniformizando roupas, programas televisivos e estilo de vida, a partir de um padrão definido e valorizado como jovem.
Schroots e Birren (1990) apresentam uma tríplice visão do envelhecimento, que contempla as influências biológicas, sociais e psicológicas atuantes sobre o desenvolvimento humano. Segundo esses autores é necessário distinguir entre a senescência, a maturidade social e o envelhecimento.
A senescência é referente ao aumento da probabilidade da morte, com o avanço da idade. A maturidade social corresponde à aquisição de papéis sociais e de comportamentos apropriados aos diversos e progressivos grupos etários. O envelhecimento corresponde ao processo de autorregulação da personalidade, e é inerente aos processos de senescência e maturidade social, todos os três referenciados e simbolizados pelo tempo dos calendários e a idade cronológica.
A idade cronológica é, portanto, um parâmetro adotado pelas disciplinas do desenvolvimento, que se movem entre várias noções de tempo: físico, biológico, ecológico, social, psicológico e intrínseco.
Na verdade, estamos diante de um dos grandes desafios da psicologia do envelhecimento, o de conciliar os conceitos de envelhecimento e desenvolvimento na velhice, bem como as condições capazes de acelerar, retardar, otimizar e compensar os resultados das mudanças provocadas pela velhice.

Concepções da Teoria de curso de vida sobre o desenvolvimento na velhice:

Existe diferença entre velhice normal, ótima e patológica:
Velhice normal - ausência de doenças físicas ou mentais. Com uma alimentação equilibrada, exercícios, controle de uso de álcool, drogas e remédios, controle de condições excessivamente estressantes, ambiente de trabalho mais para saudável, mais e mais pessoas estão se tornando capazes de chegar aos 60 ou 70 anos, em boas condições de saúde física e mental.
Velhice ótima - um tipo de utopia ou ideal científico e cultural. Implica melhores condições pessoais e sociais para um envelhecimento satisfatório.
Velhice patológica – presença de doenças crônicas ou de doenças e síndromes típicas da velhice, que implicam dependência crescente.
Ao se contrastar velhice ótima e patológica, emergem dois cenários radicalmente diferentes. Um é visão otimista do futuro da velhice, caracterizada por um estado geral de bem-estar para as futuras coortes etárias (conjunto de pessoas que compartilham uma mesma característica). Este é o cenário preferido pela pesquisa médica em gerontologia, que por um lado lida com a melhoria das condições de vida do idoso até o seu limite de longevidade, definido hoje como 90 anos, com um desvio padrão de 10 a 15 anos, de modo a desacelerar o processo patológico normal.
A perspectiva, nesse caso, seria que as pessoas morressem com saúde.
O outro é uma visão pessimista, embora realística, a do envelhecimento patológico.
O envelhecimento é uma experiência heterogênea
Uma noção básica, desde que a gerontologia emergiu como campo científico, é que haveria alto grau de similaridade entre as pessoas, à medida que envelhecem. Porém, a evidência oferecida pelos estudos longitudinais sobre a inteligência na velhice não corroborou essa expectativa. A maioria das pessoas mantém o desempenho, em testes (cerca de 63%, entre os 60 e 70 anos); cerca de 30% mostram estabilidade,  e 10 e 7% apresenta ganhos. Na faixa dos 71 aos 80 anos, 52 mostram estabilidade, 40% mostram perdas e 8% ganhos (Schaie, 1990).
Na velhice ocorrem ganhos e perdas. Há potencialidades e limitações, como em todo o curso do desenvolvimento, mas o equilíbrio entre os ganhos e perdas torna-se menos positivo ou mesmo negativo. Faz parte do conhecimento comum que o velho se torna mais lento e precisa mais tempo que o jovem para se recuperar, após um período de esforço físico ou mental. Sabe-se que ele também é mais susceptível a doenças, a acidentes pessoais e ao stress.  A área do envelhecimento cognitivo tem sido especificamente feliz na produção de dados na direção dessa proposição. Assim, sabe-se que a inteligência fluida declina com a idade, ao passo que a cristalizada avança. O enfoque de curso de vida postula que o desenvolvimento, do nascimento à morte, é presidido por uma dinâmica constante de equilibração entre ganhos e perdas. A implicação cultural de semelhantes dados é que a velhice pode ser favorecida pela criação de ambientes dotados de equipamentos, tecnologia e  oportunidades educacionais que permitam aos idosos desenvolver estratégias compensatórias às suas perdas de desenvolvimento. São exemplos de possibilidades compensatórias o uso de aparelhos para reduzir déficits sensoriais, a frequência a grupos de lazer e de educação continuada, o desenvolvimento de novas habilidades intelectuais ou artísticas, as atividades físicas, a religiosidade, o investimento na especialização profissional, dentre outras. A sociedade, mediante suas instituições, deve estar atenta à necessidade de criar boas condições de vida para as pessoas em todas as idades e para os idosos, naturalmente. Na velhice, o self continua a ser um poderoso e resiliente sistema de autorregulação de manutenção da integridade. Embora chame a atenção e desafie o senso comum, mesmo em condições estressantes, de perda e desamparo, é muito comum que os mais velhos não sejam afetados em sua autoestima, em seu bem-estar e em seu senso de controle. Isso mostra o enorme poder dos humanos para reorganizar e reajustar o self, em resposta a diferentes circunstâncias da vida. Essa capacidade é identificada com a presença de resiliência  psicológica, isto é, a capacidade de manter ou recuperar os níveis de funcionamento normal, mesmo em casos de grande ameaça à personalidade e à adaptação normal do indivíduo.
A  resiliência, e sua contrapartida, a vulnerabilidade psicológica em idosos, depende de fatores tais como: saúde física real e percebida, renda, nível educacional, estilo de vida, experiências anteriores de perda ou de desafio à resiliência, rede de suporte social de que dispõe o indivíduo e vários outros. A capacidade de adaptação ou resiliência do self  é,  assim, uma espécie de capa protetora contra as adversidades associadas ao envelhecimento.
A Psicologia tem três explicações para essas ocorrências:
O self não é unitário, mas um sistema de selves e de possíveis selves. Assim, se um fica prejudicado, outro se desenvolve.
Existe possibilidade de mudança de metas e de níveis de aspiração, em virtude de conhecimento e aceitação das limitações impostas pela velhice.
Existe possibilidade de encontrar novos pontos e critérios de comparação, quando mudam as circunstâncias. Ex: na velhice ou na presença de uma incapacidade, procurar novos grupos de referência, formados por iguais ou então por pessoas em piores condições são benéficos, porque permitem à pessoa encontrar novos parâmetros de autoavaliação e de autoeficácia.”


 Neri, Anita L..O Desenvolvimento Integral do Homem. Revista do SESC- A Terceira Idade - Ano VI - Nº 10-Julho de 1995 (4-15).